Taxas de desmatamento na amazônia alcançam número recorde
João Sena
Embora a pandemia do novo coronavírus tenha reduzido o impacto de inúmeras atividades econômicas no Brasil, a situação na região norte do Brasil vem se agravando cada vez mais. Mesmo com grande parte da população em isolamento, o desmatamento não dá trégua e destrói ainda mais o pouco que resta da Floresta Amazônica.
De acordo com dados do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), órgão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que a taxa de desmatamento em 2020, especialmente no mês de maio, foi a maior já registrada nos últimos cinco anos, com uma devastação de cerca de 829 km2, o que equivale a cerca de 116 mil campos de futebol. Vale ressaltar que a taxa de desmate não é calculada em 100% pelo Deter, visto que as imagens de satélite do sistema apenas são capazes de indicar as áreas de alerta.
A taxa oficial de desmatamento é calculada pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), também órgão do Inpe, através das somas do desmatamento de uma temporada, que compreende o período de tempo de agosto de um ano até julho do ano seguinte. Enquanto na temporada 2018-2019 foi de 10000 km2, e a expectativa do secretário executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, é que esse número alcance os 12 mil quilômetros quadrados devastados.
"Os dados mostram que temos que nos preocupar. Alta [no desmatamento] é certo que vamos ter. Dificilmente não teremos uma alta considerável"
Ainda, estima-se que 99% do desmatamento que ocorre na Amazônia é ilegal, não sendo, portanto, apoiado ou patrocinado pelo Estado, o que não anula a responsabilidade legal do mesmo em agir frente a essa catástrofe. Vale ressaltar, também, que especialistas afirmam que as taxas de queimadas na região aumentarão drasticamente devido ao desmatamento na região, e que a estação seca pode ser bastante difícil para a região. Em pronunciamento, Marcos Astrini ainda afirmou:
“Você precisa de três coisas para as queimadas na Amazônia: estação seca, material combustível, e alguém que risque um fósforo. E parece que quem risca fósforo nunca se sentiu tão à vontade para promover a destruição da floresta”