Rondônia registra mais de 2,1 mil focos de queimadas em 20 dias no mês de outubro
Saulo Aguiar
O estado de Rondônia (RO), na região Norte do Brasil, já registra dados de grandes focos de queimadas apenas no mês de outubro de 2020. Nos primeiros 14 dias dos incêndios, os focos de queimadas superaram registros dos mesmos meses nos últimos 3 anos, já tendo sido captados 1863 pontos de calor pelo satélite de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2020. Comparando esses dados com todo o mês de outubro de 2019, por exemplo, o aumento ultrapassa a casa dos 200%.
Rondônia já acumulou, nos 20 primeiros dias de outubro deste ano, 2190 focos de queimadas, sendo que a quantidade de pontos de fogo detectados faz com que o mês seja o nono pior outubro em incêndios na região desde 1998. O pior ano até então é 2003, época em que o estado somou cerca de 7600 focos ativos.
Também foi nesse período de 2020 que o estado representou 17,1% das queimadas em toda Amazônia, que registrou um total de 12774 focos. O número de focos de incêndio registrados na Amazônia, de janeiro a setembro deste ano é o maior desde 2010, segundo dados do Inpe. Naquele ano, foram 102409 pontos de fogo na floresta de 1º de janeiro a 30 de setembro; em 2020, no mesmo período, os números alcançaram 76030.
As queimadas na Amazônia têm relação direta com o desmatamento. O fogo é parte da estratégia de "limpeza" do solo que foi desmatado para, posteriormente, ser usado para a pecuária ou o plantio. Entre as principais causas do desmatamento da Amazônia, podem-se destacar a impunidade a crimes ambientais, retrocessos em políticas ambientais, atividade pecuária, estímulo à grilagem de terras públicas e a retomada de grandes obras nessas regiões.