Meio Ambiente

Planos de proteção ambiental apontam novas perspectivas para o futuro


O Planeta Terra, apesar do nome, possui, na verdade, 75% da sua superfície coberta por água, sendo cerca de 98% desse volume de água salgada. Além de paisagens exuberantes e inspiradoras, o que torna essas áreas tão únicas é a presença de um ecossistema rico em biodive rsidade e em paisagens submarinas. Infelizmente, eles estão mal cuidados e precisam de ajuda.

O principal dos fenômenos, o branqueamento dos corais atingiram a região das Seychelles, na costa da África, graças às atividades humanas e mudanças climáticas, responsáveis pelo aumento da temperatura da água, que causa esse processo. Além disso, a pesca predatória provocou uma drástica queda no número de peixes, causando um desequilíbrio ecológico no ecossistemas marinhos.

A natureza é forte, mas não se sabe até quando ela resistirá. Em regiões marinhas com o devido plano de proteção, os ecossistemas podem alcançar, inclusive, uma recuperação completa. Todavia, são muitos os fatores que determinam a criação de áreas de proteção marinha, sendo a principal delas a escolha de locais de defesa estratégicos. Isso porque existem regiões de recifes e áreas de desova que sofrem impactos da pesca, estando tudo ligado, sendo preciso entender como esses programas podem ser feitos de modo responsável.

Para a garantia do sucesso de áreas de proteção marinha, é vital que os governos estejam envolvidos, para prestar apoio e incentivo aos projetos. Além disso, o fator que mais pesa é a questão financeira. Estados cujas economias estão em débito não serão capazes de prestar o auxílio necessário a essas iniciativas, de forma que depender de financiamentos externos irá gerar pouco impacto em escala global. 

Por isso, a The Nature Conservancy (TNC) visa reestruturar a dívida de ilhas e países costeiros, com o intuito de gerar fundos e motivar políticos a proteger recifes, mangues e viveiros marinhos. 

O processo é dividido em algumas etapas para que possa atingir maior êxito. Primeiro, é feita uma negociação entre a TNC, que trazem investimentos para sanar ou, pelo menos, reduzir os débitos, e os países, que assumem o compromisso de proteger pelo menos 30% de sua costa. Depois, é criado um plano de programa marinho. A The Nature Conservancy trabalha, simultaneamente, com cientistas marinhos, líderes do governo e interessados locais, para criar um programa de conservação detalhado, visando atingir as necessidades do oceano e as humanas. Por fim, é criado um fundo de investimentos independente para conservação, com as economias da reestruturação da dívida, para apoiar novas áreas de proteção marinha.

E o melhor desse programa é que ele já foi posto em prática nas Seychelles, desde 2016. Lá, a TNC reestruturou US$ 22 milhões da dívida pública, e, em troca, o governo concordou em proteger 30% de suas áreas marinhas. Hoje, as Seychelles protegem 400 mil km2 de oceano, área equivalente ao tamanho da Alemanha. Esse êxito está chamando a atenção de outros governos, que querem fazer parte disso. O TNC aponta, também, que se receber o apoio necessário nos próximos cinco anos, poderá proteger 4 milhões de km2 de oceanos. Isso poderia aumentar a quantidade de áreas protegidas em todos os oceanos do mundo em incríveis 15%, permitindo a revitalização de boa parte dos recifes de corais, e criando um local seguro para incontáveis espécies.