Organização Meteorológica Mundial registra temperatura recorde na Antártida
Kamila Marinho
Cientistas da Argentina, Brasil, Nova Zelândia, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos, em conjunto com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), registraram, em 6 de fevereiro, a temperatura recorde de 18,3°C no continente Antártico.
A Antártida possui cerca de 14 milhões de quilômetros quadrados de área e suas faixas médias de temperatura giram em torno de -10°C em sua costa e -60°C nas partes mais altas, segundo a OMM. O Secretário-Geral da organização, Prof. Petteri Taalas, disse que “a verificação deste registro de temperatura máxima é importante porque nos ajuda a construir uma imagem do tempo e do clima em uma das fronteiras finais da Terra. [...] Ainda mais que o Ártico, a Antártida é mal coberta em termos de observações e previsões meteorológicas e climáticas contínuas e sustentadas, embora ambos desempenhem um papel importante na condução dos padrões climáticos e oceânicos e na elevação do nível do mar".
Tendo em vista que a Península Antártica é o lugar com o aquecimento mais rápido do planeta, aumentando cerca de 3°C desde 1971, Petteri concluiu que “este novo recorde de temperatura é consistente com a mudança climática que estamos observando. A OMM segue trabalhando em parceria com o Sistema do Tratado da Antártica a fim de que consigam ajudar a conservar este continente intocado”.
O que torna esse problema ainda mais complexo é o fato de que ele possui raízes profundas e está longe de ser resolvido. Além disso, deve-se considerar que muitos países reivindicam o domínio da Antártica, embora muito pouco tenha sido feito para mitigar os danos causados por eles a esse território. A COP26, realizada no início de 2021, traçou metas e compromissos para o alcance do objetivo central: diminuir as emissões de gases poluentes na atmosfera, um dos principais agravantes do degelo e da elevação das temperaturas na Antártica.