O fim está próximo
Amanda Rocha
O cenário atual mostra-se cada vez mais propenso a corroborar para a alteração climática numa escala mundial, podendo resultar em graves consequências que, certamente, irão nos prejudicar de inúmeras maneiras. Consequentemente, haverá desastres naturais e modificações de diversos habitats, de forma a causar a extinção de espécies da fauna e flora mundiais.
Mas você realmente já parou para pensar em como será o nosso futuro se nós não fizermos nada para mudar nossos hábitos? Daqui a 50 anos, você ainda poderá viver na sua cidade? Ou será que a mesma estará assolada por um calor misantropo ou até mesmo submersa?

Os cenários RCP (Representative Concentration Pathways) referem-se a trajetória de concentração de gases de efeito estufa adotada pelo IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change, Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas em português), que se prolongam até 2100, para os quais os modelos de avaliação integrada produzem cenários de emissões correspondentes . A análise dos mesmos é de extrema importância, pois é a partir deles que analisaremos os impactos, riscos econômicos e possíveis opções de resposta para as mudanças climáticas induzidas pelo homem.
A seguir, para a apresentação da temática, estão análises de dois desses cenários:
RCP4.5
RCP4.5 é descrito como um cenário intermediário, mas, de longe, o melhor dentro da perspectiva otimista que consegue se encaixar na nossa realidade. As emissões no RCP 4.5 atingem o pico por volta de 2040, e então diminuem.
É provável que o RCP 4.5 resulte em um aumento da temperatura global entre 2Cº e 3Cº, até 2100, com um aumento médio do nível do mar de 0.26m até 2065 e 0.47m até o fim do século.
Muitas espécies de plantas e animais serão incapazes de se adaptar aos efeitos do RCP 4.5 e RCPs superiores.
De acordo com o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), o RCP 4.5 requer que as emissões de dióxido de carbono (CO2) comecem a diminuir por volta de 2045 para que em 2100 possamos atingir cerca de metade das emissões de 2050. Como todos os outros RCPs, o RCP 4.5 requer emissões negativas de CO2 (como a absorção de CO2 pelas árvores). Para entender mais sobre a questão do carvão e o CO2, clique aqui e veja nossa indicação de vídeo sobre o tema.
RCP8.5
RCP8.5 representa uma perspectiva pessimista considerando emissões de carbono constantes sem corte algum, e um patamar elevado para cada forçamento radiativo é superior a 8,5 Wm–2 em 2100 e continua a aumentar durante algum tempo, se estabilizando após 2100.
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Atualmente esse cenário é visto como uma das previsões mais precisas
acerca da questão climática segundo estudo do
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href="https://www.pnas.org/content/early/2020/07/30/2007117117"
target="_blank"
>PNAS</a
>. Ainda assim, recebe muitas críticas porque o consideram relativamente
exagerado em suas previsões, que falam sobre um aumento no uso do carvão
como combustível e na duplicação da população global.
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É nele que, até o final do século, cidades como Rio de janeiro, Nova
Iorque, entre outras cidades litorâneas, estarão debaixo d’água ou
completamente alagadas, com altas de verão marcando 34,9 C°.
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<p>
Fala sobre um aumento na temperatura global de no máximo 5 Cº até o ano de
2100, com um aumento médio do nível do mar de 0.30m até 2065 e 0.63m até o
fim do século.
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Projeções de Miami em 2100 no cenário RPC8.5. Foto por
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>Climate Central</a
>.
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Londres em 2100 no cenário RPC8.5. Foto por
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>Climate Central</a
>.
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Rio de Janeiro em 2100 no cenário RPC8.5. Foto por
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>Climate Central</a
>.
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Nova Iorque em 2100 no cenário RPC8.5. Foto por
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>Climate Central</a
>.
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Segundo dados do G1, a ONU atualmente já prevê um desastre ambiental por volta de 2050. Ao fim dos próximos 30 anos, são estimadas mais de 3 bilhões de pessoas vivendo em situação de extrema pobreza, das quais pelo menos 155 milhões estariam na América Latina e no Caribe. E essa condição demográfica e social seria motivada também pela degradação do meio ambiente e pela redução dos meios de subsistência, como a agricultura e o acesso à água potável.
Curar o planeta começa no seu dia a dia, na sua cozinha e na mesa da sua sala de jantar. A seguir vamos apresentar pequenas atitudes que você pode adotar que podem, a posteriori, salvar o planeta!
1. Reduzir a produção de lixo
Evite comprar produtos com muitas embalagens e sempre recicle o que for possível. A decomposição do lixo libera CO₂ e metano, gases que contribuem para o efeito estufa. Em um sistema de decomposição mais ideal, esses gases são aprisionados e utilizados para produzir eletricidade.
2. Dar preferência a meios de transporte sustentáveis
Combustíveis fósseis são a principal fonte de emissão de gases do efeito estufa nos centros urbanos pelos meios de transporte. Assim, utilizar transporte coletivo contribui para amenizar a emissão desses poluentes, além de diminuir os congestionamentos e otimizar o tempo de todos.
3. Consumir produtos locais
Produtos produzidos localmente não necessitam ser transportados a longas distâncias e, portanto, dispensam as emissões de gases do efeito estufa que os caminhões geram ao rodar centenas e centenas de quilômetros carregando mercadorias.
4. Moderar no ar-condicionado
Esses aparelhos liberam gases do tipo HFC, mais potentes que o CO₂ quando se trata de prender os gases do efeito estufa na atmosfera. Ou seja, ao mesmo tempo em que resfriam o interior de ambientes, contribuem para aumentar a temperatura no exterior. Para saber mais sobre como essa maravilha da tecnologia é um dos grandes vilões do aquecimento global acesse o vídeo aqui.
O cenário atual tende a apenas piorar caso não sejam tomadas medidas eficazes no combate às alterações climáticas. As consequências seriam desastrosas para a humanidade em inúmeros aspectos. Ainda assim é válida a tentativa de diminuir a emissão de gases poluentes para manter a temperatura global estável. Podemos notar que, apenas com medidas cotidianas que podem não parecer tão eficazes, é possível contribuir para evitar as mudanças climáticas.
A sua parte também importa! Não se deve negligenciar o ato de se fazer o certo por achar que está fazendo pouco. São as suas ações que irão garantir o planeta que seus descendentes habitaram um dia. É a sua vez de fazer a diferença.