Meio Ambiente

Mancha negra aparece na Barra da Tijuca


Na manhã desta quarta, 5, uma enorme mancha negra apareceu nas águas cariocas, saindo do canal de Joatinga e indo em direção a Barra da Tijuca. A água contém esgoto, detritos e sedimentos, sendo extremamente prejudicial à vida marinha da região, já fragilizada pela poluição.

Numa entrevista ao O Globo, o biólogo e ambientalista Mario Moscatelli atribui a poluição a falta de saneamento básico e a urbanização descontrolada. Ele também afirma que o fenômeno é recorrente na região durante a maré baixa, e pode durar até cinco dias.

O esgoto tem origem não só nas comunidades mais pobres, controladas pela milícia e que sofrem com a ausência do poder público, mas também em condomínios da classe média. De acordo com Moscatelli, falta interesse público para resolver a questão.

 "Não é uma questão tecnológica, nem de conhecimento técnico, não é falta de dinheiro... é falta de resolver o problema."

Mancha negra de poluição avança sobre litoral carioca.
Mancha negra de poluição avança sobre litoral carioca. Foto: Mario Moscatelli / Divulgação.

Com a pandemia de coronavírus e o isolamento social, o meio ambiente foi beneficiado. A redução da circulação de pessoas fez com que os níveis de CO2 diminuíssem drasticamente - em algumas cidades foram observados peixes em rios outrora poluídos e animais vagando pelas ruas. No Rio, entretanto, a quarentena não foi suficiente para frear a poluição, como alerta o ambientalista:

"O isolamento em função da pandemia não causou melhora alguma. Muito pelo contrário, muitas vezes em virtude da ausência de uma fiscalização mais atuante, observamos processos de degradação ainda maiores."


Quando questionada sobre a poluição, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) afirmou, em nota, que não cabe a ela fiscalizar o crescimento urbano ou coibir construções irregulares. Já a prefeitura se limitou a dizer que "a gestão do sistema lagunar de Jacarepaguá é responsabilidade do Estado (Inea)".