Incêndios atingem região na Chapada Diamantina que estava preservada há 20 anos
João Sena
Incêndios de grandes proporções atingiram as cidades de Andaraí e Mucugê na Chapada Diamantina, uma região de serras, protegida na categoria de parque nacional, situada no centro do estado brasileiro da Bahia. Essa localidade é de extrema importância ambiental, sendo onde nascem grande parte dos rios que banham as bacias dos rios Paraguaçu, Jacuípe e das Contas, fundamentais para a população local. É também uma das grandes reservas da biodiversidade local.
Os focos se iniciaram na terça-feira, dia 6, sendo a brigada de incêndios rapidamente acionada. Desde então, com o apoio do IBAMA, do Instituto Chico Mendes e de órgão regionais têm prestado grande auxílio no combate ao fogo. Esses incêndios tem afetado diretamente o clima na região, que, segundo o secretário de Meio Ambiente e Cultura de Andaraí, Emílio Tapioca, faz muito calor na cidade. Inclusive, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de perigo potencial de baixa umidade na Chapada para esta semana.
No início das investigações, havia suspeitas por parte dos órgão fiscalizadores e apoiadores do combate ao fogo de que o início dele teria sido de origem criminosa. Segundo informações do Corpo de Bombeiros local, o fogo teve origem próximo a uma rodovia, o que pode indicar que o incêndio foi causado pela ação humana.
De acordo com o Capitão do Corpo de Bombeiros, Murilo Rocha, “a situação ainda demanda uma preocupação muito grande por parte de todas as instruções que estão envolvidas nessa ação. A gente enfatiza que é um incêndio que começou às margens da rodovia que liga Andaraí e Mucugê e isso nos traz um indicativo forte de incêndio criminoso”.
Ainda segundo ele, a área estava preservada, sem queimadas, havia 20 anos, o que acaba agravando a situação das chamas, por causa do acúmulo de combustível de biomassa. Além disso, a situação climática na Bahia em outubro, não contribui com o combate ao fogo. “O comportamento do fogo com as condições climáticas, os fortes ventos, a alta temperatura, assim como o relevo também dificulta bastante o combate no terreno”, afirmou o Capitão Murilo Rocha.
Os animais que estão fugindo das chamas estão sendo resgatados pelos bombeiros, embora não haja um balanço preciso. Na sexta-feira, 9, o fogo já havia sido mais controlado, embora ainda existam muitos focos a serem combatidos.
Esse não é o primeiro incêndio que atinge a Bahia recentemente. Desde setembro, o número de focos cresce exponencialmente, tanto nas regiões do cerrado no oeste da Bahia, quanto nas áreas mais ao norte, em regiões próximas ao Rio São Francisco.