Geopolítica

Governo brasileiro não assina tratado de preservação da biodiversidade mundial


Em 28 de setembro, dezenas de países ao redor do mundo se reuniram a partir da Cúpula das Nações Unidas sobre Biodiversidade e protocolaram uma carta denominada “Compromisso dos Líderes pela Natureza”. O documento visa a adesão de países para ação conjunta e internacional, com o intuito de reduzir a perda da biodiversidade mundial até 2030 frente aos desafios impostos pela crise ambiental e climática do contexto atual. O acordo, hoje, possui setenta e sete (77) nações endossantes, entretanto, não conta com a assinatura do governo de Jair Bolsonaro.

“A perda da biodiversidade é acelerada pelas mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, exacerba-a, uma vez que debilita a habilidade da natureza de sequestrar ou armazenar carbono e de se adaptar aos impactos do aquecimento global. A degradação de ecossistemas, a invasão humana nos ecossistemas, a perda de habitats naturais e biodiversidade e o comércio ilegal de vida selvagem também podem aumentar o risco de emergência e a propagação de doenças infecciosas. A COVID-19 mostrou que essas doenças possuem um impacto dramático não só na perda de vida e saúde, mas também em todas as esferas sociais.”, diz o documento.

Entre os países que ratificaram a carta estão a França, Alemanha, Portugal, Timor Leste, Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Israel, México e nossos vizinhos Peru, Bolívia e Colômbia. Assim como no Brasil, outros líderes de governo como os presidentes dos Estados Unidos, China, Índia, Rússia e Austrália também se recusaram a assinar o compromisso voluntário vinculado ao Leaders’ Pledge for Nature (Compromisso dos Líderes pela Natureza).

Os principais objetivos do documento vão desde o fim dos crimes ambientais até a recuperação econômica verde dos países após a pandemia causada pelo novo coronavírus. Tome  como exemplo o compromisso número 4: “Nós comprometemo-nos com a transição a padrões sustentáveis de produção e consumo e sistemas alimentares sustentáveis que atendem às necessidades das pessoas enquanto permanece dentro dos limites do planeta”. 

Acordos como esse são essenciais não só para alcançarmos as metas do ODS 17 (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), Parcerias e Meios de Implementação, da Agenda 2030 da ONU, mas também para o estabelecimento de metas internacionais e políticas públicas nacionais por parte dos líderes de Estado com o propósito de preservar os ecossistemas naturais e a biodiversidade do planeta Terra.