Fogo destruiu parte do Parque do Juquery, em São Paulo
Gabriella Pereira
No fim de agosto, o Parque Estadual do Juquery, localizado na região metropolitana de São Paulo, começou a pegar fogo após a queda de um balão. Após 3 dias de intenso trabalho, o fogo foi contido mas, segundo autoridades, cerca de 1.600 hectares (equivalente a 1600 campos de futebol) foram queimados, o que representa 80% da vegetação local. Essa não foi a primeira vez que o fogo destruiu o local. No ano de 2017, cerca de 200 hectares da região foram consumidos pelas chamas.
O parque, criado em 1993 com o objetivo de preservar a mata nativa, faz parte das áreas naturais protegidas por órgãos ambientais do estado por ser a última grande área da região metropolitana de São Paulo que possui o bioma cerrado. Além do cerrado, o parque também abriga áreas da mata atlântica e mananciais do sistema Cantareira. A região abriga uma vasta quantidade de espécies, dentre as quais é possível citar jaguatiricas, onças-pardas, lobos-guarás, tatus canastra e tamanduás-mirim. Algumas espécies foram atingidas pelo fogo, sendo que dois dos três animais resgatados não sobreviveram.
De acordo com o Corpo de Bombeiros de São Paulo, as queimadas aumentaram em 8,4% no estado entre janeiro e julho deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Só neste final de semana, a corporação recebeu cerca de 2000 chamados de incêndio em vegetação na região metropolitana. Apesar de o estado estar enfrentando um período rigoroso de estiagem, os bombeiros alertam que muitos casos são relacionados a ações humanas. A prefeitura afirmou que as equipes estão desde então atuando nos resíduos das chamas e na avaliação dos estragos. Estes certamente são grandes, pois, além de matar centenas de árvores, os incêndios produziram uma grande quantidade de poluição que pode agravar o clima seco e afetar a saúde da população que reside na região. Moradores de diversas regiões de São Paulo já relataram uma “chuva de fuligem” invadindo as casas, provavelmente causada pelo incêndio.