Mudanças Climáticas

Estudos apontam que chocolate pode deixar de existir até 2050


Sendo um dos doces mais famosos e apreciados do mundo, o chocolate, em futuras décadas, pode não mais existir. Pelo menos, não da maneira como ele é conhecido atualmente. Isso porque, segundo um relatório da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), até 2050, as mudanças climáticas podem causar a extinção dos cacaueiros, cujas amêndoas são a matéria-prima para o chocolate. Além disso, a ameaça de algumas doenças fúngicas também preocupa, de acordo com uma matéria da Forbes.

As mudanças climáticas estão tão severas que, segundo os estudos, as plantações de cacau que hoje habitam as regiões mais tropicais deverão ser levadas à regiões mais amenas e mais altas. O grande problema é que, com o avanço do aquecimento global, essas regiões serão as responsáveis por abrigar e preservar a vida selvagem, que também virá a ser profundamente afetada. 

Dentre os principais problemas que podem dificultar ou, até mesmo, inviabilizar a produção não somente de cacau, mas também de outras culturas, como a cana-de-açúcar, café e batata, estão a forte estiagem e o aumento das temperatura. A exemplo disso, segundo o pesquisador da Embrapa, Eduardo Delgado Saad, em seu texto “Agricultura e mudanças climáticas. O que esperar amanhã?” severas mudanças afetarão o Brasil. Somente na região de mata atlântica brasileira no Nordeste, responsável por grande parte da produção de cacau, até 2050, haverá uma queda entre 20% e 25% na precipitação, e um aumento de temperatura estimado entre 2 e 3 graus celsius.


A preocupação é tamanha que grandes empresas produtoras de chocolates, como a Mars, têm se juntado a pesquisadores em busca de soluções. Uma das potenciais resoluções para o problema é a modificação do DNA dos cacaueiros, conferindo-lhes adaptação a climas mais quentes. Ainda assim, é preocupante o fato de que pesquisas apontam que mais de 80% das terras férteis nas regiões tropicais atualmente não serão mais utilizadas.

Enquanto as gerações atuais não foram afetadas, há uma pequena esperança de adaptação e reversão desses estudos. Por ora, é recomendado aos produtores o uso de sementes mais resistentes à seca e o uso da técnica de produzir sombras através de árvores ao redor, para que as sementes atuais sejam menos impactadas e, assim, haja alguma esperança de o chocolate continuar a existir futuramente.