Emissões de gás prejudicial à camada de ozônio na China estão diminuindo
Saulo Aguiar
Segundo uma nova pesquisa por duas equipes de cientistas, as emissões da China de CFC-11, um gás proibido que prejudica a camada de ozônio da Terra, diminuíram drasticamente após um aumento exponencial de vários anos. Isso pode ser visto como um sinal de que o governo de Pequim cumpriu as promessas de reprimir a produção ilegal do químico industrial.
O gás CFC-11 foi declarado ilegal há cerca de uma década pelo Protocolo de Montreal, tratado estabelecido na década de 1980, quando pesquisas revelaram seus efeitos sobre o ozônio atmosférico, junto com os efeitos de produtos químicos semelhantes amplamente usados. A revelação em um estudo de 2018 sobre emissões nocivas da China que começou cinco anos antes foi um choque para cientistas, legisladores, ambientalistas e outros responsáveis pelo monitoramento do protocolo, que é considerado o tratado ambiental mais eficaz da história.
Embora muito utilizado, há gases que podem substituir o CFC-11 na produção de espuma. Gao, um comerciante de produtos químicos em Shandong, disse que sua empresa é especializada em um deles. A disponibilidade de substitutos pode ter ajudado os esforços da China para reduzir as emissões de CFC-11. Zhu Xiuli, gerente de vendas de outra empresa em Shandong que vende agentes espumantes, disse que alguns dos clientes já haviam perguntado se tinham CFC-11 mas, “nos últimos dois anos, houve cada vez menos consultas”, disse ela.
As descobertas de que a produção do gás diminuíram drasticamente, diminuem as preocupações de que o aumento das emissões do gás CFC-11 retardaria o progresso na luta ambiental de décadas para reparar a camada de ozônio, que filtra a radiação ultravioleta do sol que pode causar câncer de pele e danificar as plantações. Mas o problema não acabou, disse Solomon, uma química atmosférica do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, porque, além do CFC-11, há outros produtos químicos semelhantes sendo emitidos. “Há todo um zoológico de moléculas”, disse ela, e, embora as quantidades sejam menores, elas se somam e podem trazer consequências avassaladoras.