Donald Trump prossegue com política antiambiental
Lucas Araújo
Dando prosseguimento a uma política de desregulamentação de medidas significativas em relação à causa ambiental, o presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, anunciou uma série de alterações em uma das principais leis ambientais dos EUA.
De acordo com a BBC, Trump, referindo-se à situação como um “avanço histórico”, divulgou em um centro da empresa UPS em Atlanta, Geórgia, que haveriam mudanças na Lei Nacional de Proteção Ambiental (NEPA). A lei foi criada há exatos 50 anos pelo presidente Richard Nixon e é considerada como a principal lei ambiental a nível nacional. A lei diz que as agências federais devem ser transparentes com o público e consultá-lo.
Donald Trump alega que as mudanças iriam acelerar as revisões dos projetos de, por exemplo, minas, estradas, tubulações e usinas de energia. O presidente se disse frustrado com o “processo ridículo”, se referindo às alterações como “uma inovação histórica que significa melhores estradas e rodovias, [...] estamos recuperando a orgulhosa herança americana como uma nação que faz as coisas".
Na nova regra escrita pelo Conselho de Qualidade Ambiental da Casa Branca consta ainda que "os efeitos geralmente não devem ser considerados se forem remotos no tempo, geograficamente remotos ou se forem produtos de uma longa cadeia causal".
Sally Hardin, diretora interina da Sala de Guerra de Energia e Meio Ambiente do Center for American Progress discorreu sobre a nova regra numa entrevista ao The Hill, se referindo a mesma como “muito ruim para o planejamento das mudanças climáticas e para as comunidades que já estão sobrecarregadas pela poluição. Não considerar o que você está adicionando a uma comunidade de justiça ambiental que já possui três instalações poluidoras é terrível”, acrescentou ela, referindo-se às comunidades que enfrentam desigualdades ambientais.
A diretora ainda levantou o seguinte questionamento: “Ao avaliar um pipeline, você olha apenas para o pipeline. Mas o óleo transmitido através do oleoduto que será transportado e queimado e em outros lugares - você não precisa considerar as emissões disso. ”
Não é novidade a desregulamentação envolvendo diretrizes ambientais dos EUA pelo Governo Trump. O The New York Times divulgou uma série de medidas tomadas pela administração do presidente que visam reverter regras ambientais do país. São contabilizadas 68 medidas concretizadas e 32 em andamento, como dito pelo jornal estadunidense.
Todas elas fazem parte de uma política de reversão ambiental promovida por Donald Trump com apoio de comunidades agrícolas e de mineração. Desde que assumiu a presidência, Trump reduziu as regulamentações acerca do desenvolvimento do petróleo e gás, enfraqueceu os padrões de emissão de combustíveis para automóveis e sugeriu mudanças na Lei de Espécies Ameaçadas, a qual tem como objetivo impedir a extinção de centenas de espécies.
Além de ser considerado por muitos uma afronta a muitas minorias, o atual presidente estadunidense vem se apresentando como uma ameaça para o progresso ambiental a nível global.
As eleições para a presidência dos EUA acontecerão esse ano e Donald Trump segue sendo o candidato do partido republicano, visando, assim, sua reeleição. Logo, é de extrema relevância que questões como a apresentada aqui sejam levantadas para que se tome ciência das reais pretensões do candidato republicano no que se refere ao meio ambiente tanto para a população estadunidenses, que tem uma responsabilidade social com seu voto e com a natureza regional, como para o restante do mundo, que tem igual dever de cobrar àqueles responsáveis por políticas que interferem na natureza.