Curta denuncia a realidade dos testes em animais
Kamila Marinho
O curta-metragem Salve Ralph, produzido em parceria com a Humane Society International (HSI) traz o lema de que “nenhum animal deveria morrer em nome da beleza”. Essa campanha é focada em 16 países prioritários, incluindo Brasil, Canadá, Chile, México, África do Sul e 10 nações do sudoeste asiático.
O roteirista e diretor Spencer Susser (Hesher e O Rei do Show) e o produtor Jeff Vespa (Voices of Parkland) se associaram ao estúdio Arch Model na produção que trouxe à vida ao personagem Ralph, que mostra a realidade sofrida pelos animais que são usados nos testes industriais de cosméticos ao redor do mundo. O curta ainda conta com a participação de nomes renomados como Taika Waititi, Zac Efron e Rodrigo Santoro.
No Brasil, é o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA), que faz parte do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), responsável pelo monitoramento, avaliação e estímulo à introdução de estratégias que substituem, diminuem ou refinam o uso de animais em ensino ou pesquisa científica. Este conselho reconheceu, até agora, 24 métodos alternativos. Porém, ainda há um longo caminho para a libertação dos animais nesse âmbito.
De acordo com Antoniana Ottoni, membro das Relações Governamentais da HSI no Brasil, “a discussão a respeito do banimento dos testes de cosméticos em animais já dura quase 10 anos no Brasil. Nós recrutamos Ralph como nosso porta-voz para ajudar essas leis a ultrapassarem a linha de chegada.”
“Líderes da indústria, como Lush, Unilever, P&G, L’Oréal e Avon estão trabalhando conosco para reforçar que mais nenhum animal precise sofrer ou morrer por conta de testes de cosméticos. Agora, nós convocamos todos os Senadores para votar urgentemente pela lei PLC 70/2014 e pôr um fim nessas práticas cruéis e desnecessárias”, completou.
Ainda segundo Ray Greek, médico norte-americano contrário a testes em animais, disse, numa entrevista à Veja em 2010, que as pesquisas em animais não geram resultados construtivos e que o computador já poderia substituí-los, mesmo anos atrás. "Não temos informações suficientes para criar 100% do corpo humano e isso não vai acontecer nos próximos 100 anos. Mas não precisamos de toda essa informação. O que precisamos é saber como e do que um receptor celular é constituído - isso já sabemos - e a partir daí podemos desenvolver, no computador, remédios baseados nas leis da química que se encaixam nesses receptores. Depois disso, a droga é testada em tecido humano e depois em seres humanos. Antes disso acontecer, contudo, muitos testes são feitos in vitro e em tecidos humanos até chegar em um voluntário humano", afirmou.
Mas como você pode contribuir para o fim do uso dos animais na indústria farmacêutica, de produtos de limpeza e cosmética? Auxilie na divulgação da campanha #SaveRalph nas redes sociais e assine sua petição online. Além disso, no dia a dia, ao comprar um produto, verifique se ele é ou não testado em animais, o que pode ser feito acessando o site do Projeto Esperança Animal (PEA). Nele, você pode conferir, numa enorme lista, quais empresas testam e quais empresas não testam seus produtos em animais.