Conheça a tecnologia de captura de carbono
Gabriela BrasilÉ notório que o aquecimento global é um problema que está cada vez mais sendo discutido, tanto nas escolas quanto nos diversos governos pelo mundo, tanto que em outubro de 2021 a COP 26 foi realizada para estabelecer metas de redução de emissão de CO2. Sendo assim, diversas atitudes podem ser tomadas com a evolução de tecnologias sustentáveis que não fazem o uso de gás carbônico, como os carros movidos a álcool, usinas de energia eólica e solar, mas algo ainda pouco conhecido pelas massas são os sistemas de captação e armazenamento de carbono.
Dessa forma, esse processo consiste em capturar o ar poluído através de ventiladores enormes em um tubo, assim as impurezas são retiradas na filtragem, depois o ar é resfriado e direcionado para uma área onde há um solvente líquido que absorve CO2, e é levado para um o processamento onde esse solvente é retirado enquanto o ar limpo é liberado. Logo o dióxido de carbono restante pode ter alguns fins diferentes. O mais comum entre essas indústrias é o armazenamento do gás em campos de petróleo antigos e nas camadas mais profundas de rochas porosas impregnadas de água salgada.
Em detrimento desse armazenamento no subsolo, a pressão aumenta, sendo mais fácil de retirar mais petróleo do local, por isso que essa tecnologia costuma ser implantada por empresas de petróleo, o que preocupa especialistas em energia limpa, que tem receio de que essa estratégia incentive ainda mais o consumo de energias não renováveis, como o próprio petróleo. Além disso, esse processo é considerado carbono neutro, uma vez que ele separa o CO2 do resto do ar e depois ele pode ser comercializado para produção de bicarbonato de sódio e gasolina por exemplo.Uma outra questão é o financiamento para a construção dessas máquinas, as quais ainda são bem caras e gastam muita energia, sendo mais difícil seu acesso por países com pouco incentivo governamental. Felizmente, os países que têm direcionam dinheiro para essa causa estão conseguindo fazer um trabalho essencial, como a empresa do Canadá, Carbon Engeneering, que além de já ter indústrias de captura e armazenamento de carbono planejam construir uma que retire 1 milhão de toneladas de dióxido de carbono por ano da atmosfera, mas para a grande dimensão desse projeto aguardam o capital necessário para sua execução.
Um país que foi além com pesquisas e projetou um novo modo mais seguro de armazenar esse gás foi a Islândia, com o projeto ORCA lançado pela startup Suíça Climeworks em conjunto com a Carbfise On Power. Essa tecnologia consiste em acelerar o processo de mineralização, visto que quando após a filtragem do ar, o CO2 é direcionado por tubos subterrâneos e dissolvidos em água, essa mistura é injetada sob alta pressão nas rochas basálticas e por causa da reação química do gás com o cálcio, magnésio e ferro contido nesse mineral, o dióxido de carbono se solidifica.
Sendo assim, existem tecnologias úteis para a redução de gás carbônico na atmosfera, o grande empecilho de sua disseminação pelo mundo é o alto investimento de capital e as políticas que precisam ser desenvolvidas para decidir como vender o gás armazenado sem que caia no problema que os especialistas temem como dito anteriormente. Logo é necessária uma mobilização dos países para alinhar as metas de redução de emissões de carbono estabelecidas pela COP26 com essas tecnologias, estipulando ajudas financeiras e de mão de obra para que a Terra possa ser o lar de muitas outras vidas no futuro.