Geopolítica

China doará US$233 milhões para ajudar a proteger a biodiversidade

O anúncio foi feito na Conferência das Nações Unidas para a Biodiversidade (COP15), realizada na China

Um letreiro com os dizeres "COP15" se ergue em frente a um edifício moderno na China

No último dia 12, a luta pela proteção da biodiversidade em países em desenvolvimento ganhou, em seu fundo de cooperação global, uma contribuição de US$233 milhões do governo chinês, durante a COP15.

Esse ano, devido à pandemia, a cúpula foi dividida em duas partes: uma virtual, realizada esse mês, e outra presencial, para fechar os acordos, em abril e maio de 2022, ambas na China. A conferência online contou com a participação de discursos pré-gravados de presidentes como Vladmir Putin da Rússia, Emmanuel Macron da França, Carlos Alvarado da Costa Rica e Recep Tayyip Erdogan da Turquia, onde a COP16 ocorrerá.

“A China tomará a iniciativa de estabelecer o Fundo da Biodiversidade de Kunming com uma contribuição de 1,5 bilhão de yuans (US$ 233 milhões) para apoiar a conservação da biodiversidade nos países em desenvolvimento”, disse Xi Jinping, o presidente chinês, durante o evento.

Quando se trata das ações requeridas para combater e reverter mudanças climáticas, um dos maiores pontos de debate está na necessidade financeiras de países em desenvolvimento e no auxílio de nações desenvolvidas.

Durante a COP15, o texto que está sendo negociado por diplomatas, cientistas e ativistas conta com a reorientação e eliminação de subsídios prejudiciais ao meio ambiente de, no mínimo, US$ 500 bilhões por ano. Além de, de acordo com o documento, “aumentar os recursos financeiros, de todas as fontes, para pelo menos US$ 200 bilhões por ano, […] aumentando os fluxos financeiros internacionais para os países em desenvolvimento em pelo menos US$ 10 bilhões por ano”.

A iniciativa da China foi considerada um primeiro passo em prol da preservação, mas também “longe de ser suficiente”, de acordo com Georgina Chandler, da ONG Royal Society for Protection of Bird.

Emmanuel Macron também afirmou que a França irá “dedicar 30% de seu financiamento climático internacional à biodiversidade” e pediu para que outros países começassem a fazer o mesmo.


Apesar da semelhança entre as siglas, vale ressaltar que a COP15, que trata especificamente da biodiversidade, não tem relação com a COP26, a conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas que iniciará no dia 31 de outubro em Glasgow, na Escócia.