Arte e ativismo
Amanda Rocha
A arte surge a partir de uma necessidade de transmitir emoções, muitas vezes reinterpretando o ambiente em que vivemos. Ela tem o poder de causar questionamentos e fazer as pessoas refletirem a respeito de suas atitudes.
É usada no ativismo ambiental como forma de conscientizar as pessoas ao mostrar como nossas ações podem ser prejudiciais à natureza. Isso ocorre através de uma experiência capaz de atingir as pessoas no âmbito emocional, influenciando-as a mudarem seus atos.
Com a arte sendo usada para o ativismo, essa pauta das questões ambientais pode ser melhor explorada e aumentar a visibilidade ao explorar diferentes perspectivas para um mesmo assunto, prendendo mais facilmente a atenção do público para que se passe uma mensagem.
É da união entre artista e vínculo social que as novas formas estéticas de autogestão são ampliadas, convertendo-se em ferramentas de trabalho comunitário e ultrapassando uma mera transmissão de dados informativos e históricos, ou apenas satisfazendo a demanda de uma “novidade artística” comprometida com a tendência do momento
A seguir estão dois artistas que usam suas criações como forma de ativismo:
Frans Krajcberg

“A minha vida é essa, gritar cada vez mais alto contra esse barbarismo que o homem pratica.”
O artista plástico teve papel de destaque na arte brasileira e usava suas composições como forma de criticar a barbaridade do homem contra a natureza. Suas obras eram feitas com troncos e galhos afetados pelas queimadas do que antes eram extensas áreas verdes.
Em um mundo em que o individualismo e a indiferença tornam o dia a dia frio e violento a arte de Frans Krajcberg busca mostrar-nos os horrores a que submetemos a natureza e as terríveis consequências desse tipo de postura individualista. Mais sobre Frans Krajcberg aqui.
Cláudia Andujar

Sua vida é dedicada à fotografia, trabalha para publicações nacionais e internacionais, como as revistas Realidade, Claudia e Life.
Após receber uma bolsa da Fundação Guggenheim, instituição norte-americana e outra da Fapesp, com o objetivo de estudar os povos yanomami, foi viver com eles durante cinco anos. A observação do modo de vida e das tradições yanomami tem sido o guia e foco de sua atividade como fotógrafa desde então.
Se torna uma das principais referências da arte ativista brasileira lutando pelos direitos dos povos indígenas. Para conhecer mais sobre a vida e a arte de Claudia Andujar acesse este link.
A arte o poder de causar impactos significativos e alterar a percepção das pessoas quanto à causa ambiental. Novas formas de participação social surgem no mundo a todo instante. No campo das artes o ativismo tem se mostrado uma das estéticas contemporâneas que mais contribui para a interferência social. Mas todas essas obras e suas críticas silenciosas aos atos da humanidade, de nada servirão se seus observadores não abraçarem essa mensagem e mudarem suas atitudes. Lutamos por um mundo melhor, mas o que estamos dispostos a fazer por ele?