A Grande Muralha Verde Africana, salvando o meio ambiente e a população
Marina Morena
Desde 2007, a União Africana trabalha com 11 países para colocar em prática o projeto que, se concluído, tornar-se-ia a maior estrutura viva do planeta. A Grande Muralha Verde inclui uma área de 8.000 km de comprimento e 15 km de largura no extremo sul do deserto do Saara, estendendo-se desde Senegal até Djibuti.
A iniciativa visa conter a desertificação de áreas ao sul do maior deserto quente do mundo por meio da recuperação de terras devastadas, as quais, posteriormente, poderão ser utilizadas para a agricultura, geração de empregos e promoção da paz.
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (Unfccc) ressaltou que o projeto dá esperança ao continente reflorestando mais de 100 milhões de hectares de terra.
Metas da Grande Muralha Verde
Além de tornar-se três vezes maior que a Grande Barreira de Corais, estima-se que a Grande Muralha Verde, até 2030, terá absorvido 250 milhões de toneladas de carbono e produzido aproximadamente 10 milhões de empregos sustentáveis em cerca de 154 milhões de hectares.
O projeto e a pandemia
Desde o início da pandemia, o ritmo da implementação em diversos países diminuiu. Ao fim de 2020, apenas 4% da área planejada já foi reflorestada, forçando as nações envolvidas a começarem a restaurar, anualmente, duas vezes a área que foi salva até agora.
No entanto, mesmo sendo um investimento caro, principalmente durante uma pandemia, de acordo com Amina Mohammed, vice-secretária-geral da ONU, “a Grande Muralha Verde" é um enorme corredor de oportunidade econômica. Ele oferece uma solução para responder e se recuperar adequadamente da crise, transformando-a em oportunidade para investimentos de grande escala”.